Meu amor, a ti me dirigindo,
Saiba que te não personaliso,
Ao menos por enquanto, o que é lindo,
Pois és Amor, és Eros, Dioniso...
Bah! Quisera manter-te assim sem rosto,
Já que sendo deuses pouco valem
Os traços de uma máscara ou de um gosto
Que o Tempo não retém e que se perdem.
Como um nume, ou príncipe, quem sabe,
Toma-me nos braços que sou Alma
E minha alma no corpo já não cabe...
E leva-me, que me finjo adormecida,
Com aquela volúpia nada calma
Da guria que fui... cheia de vida!
15/01/2007