Bosque sagrado - Arnold Böcklin - "Heiliger Hain“
Existe uma floresta (de Alma Welt)
Existe uma floresta dentro em nós
Que contém todos os medos e mistérios.
E remonta às priscas eras dos avós
Com seus contos de abadias, cemitérios...
Já minha avó costumava me contar
Histórias que eu não levaria adiante
Se tivesse eu na vida o meu infante
E me pedisse no serão, após jantar:
"Mãe me conta a da relva-cabeleira
Que cantava: "pelo figo da figueira..."
Jardineiro não me cortes o cabelo..."
Filhinho meu, quem tais horrores lhe contou?
Terei sido eu mesma em desmazelo,
Pois que tal conto sinistro me encantou?"
.
19/10/2016
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
terça-feira, 2 de agosto de 2016
A Feiticeira (de Alma Welt)
A Feiticeira - litografia de Guilherme de Faria, 1974
A Feiticeira (de Alma Welt)
A uma légua do nosso casarão
Vive aquela bruxa feiticeira
Que o povo diz ter parte com o Cão
E ficaria insone a noite inteira.
Junto dela permanece o grande bode
Que é seu conselheiro ou consultor
E com cujos feitiços ninguém pode
Quando se trata de ódio ou de amor.
Mas eu fui lá um dia e só encontrei
Conversando com Tomaso, nosso frei,
Uma pobre velhinha muito meiga.
E não havia ali coisas macabras,
Um bodinho, sim, e umas cabras
Cujo leite nos serviu, pão e manteiga...
.
29/07/2016
A Feiticeira (de Alma Welt)
A uma légua do nosso casarão
Vive aquela bruxa feiticeira
Que o povo diz ter parte com o Cão
E ficaria insone a noite inteira.
Junto dela permanece o grande bode
Que é seu conselheiro ou consultor
E com cujos feitiços ninguém pode
Quando se trata de ódio ou de amor.
Mas eu fui lá um dia e só encontrei
Conversando com Tomaso, nosso frei,
Uma pobre velhinha muito meiga.
E não havia ali coisas macabras,
Um bodinho, sim, e umas cabras
Cujo leite nos serviu, pão e manteiga...
.
29/07/2016
quinta-feira, 28 de julho de 2016
O Vulto noturno (de Alma Welt)
Eu só pedi poesia e jamais "ouro"
Quando o vulto prometeu ao meu ouvido
Um tributo para o meu cabelo louro
E eu do sono expulsei o atrevido...
"Sou rico!" de manhã o irmão gritava
Mostrando de dinheiro uns grandes maços.
E eu, guria, um soneto lhe mostrava,
No meio da euforia dos abraços...
"De onde veio toda essa dinheirama?",
Curiosa, perguntei ao meu irmão,
Já que os dias passava em sua cama...
Ele: "Me veio um rei de enigmas no sono,
E o nome lhe pedi da minha paixão.
Gritou: "Ouro!" E ajoelhei ante seu trono..."
.
27/07/2016
Nota
Percebe-se que Alma e seu irmão foram visitados durante o sono, na mesma noite, por um vulto maligno, tentador. Alma não caiu na armadilha, mas Rôdo, sim...
Quando o vulto prometeu ao meu ouvido
Um tributo para o meu cabelo louro
E eu do sono expulsei o atrevido...
"Sou rico!" de manhã o irmão gritava
Mostrando de dinheiro uns grandes maços.
E eu, guria, um soneto lhe mostrava,
No meio da euforia dos abraços...
"De onde veio toda essa dinheirama?",
Curiosa, perguntei ao meu irmão,
Já que os dias passava em sua cama...
Ele: "Me veio um rei de enigmas no sono,
E o nome lhe pedi da minha paixão.
Gritou: "Ouro!" E ajoelhei ante seu trono..."
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27/07/2016
Nota
Percebe-se que Alma e seu irmão foram visitados durante o sono, na mesma noite, por um vulto maligno, tentador. Alma não caiu na armadilha, mas Rôdo, sim...
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