terça-feira, 1 de julho de 2008

O labirinto e o bosque (de Alma Welt)

No jardim da minha avó alsaciana,
Frida, um labirinto ali havia,
Que Matilde em língua castelhana
Dizia que "aí uno se perdía..."

Eram sinistros corredores de uma sebe
Odorífera, de uma espécie de pinheiro
De folhagem crespa cujo cheiro
Era feito pra atrair como uma febre.

E eu, por ter medo de adentrá-lo
Pedi para o Vati desmanchá-lo
E ali plantar um bosque bem fechado

Que crescendo, vem a Mutti e nele planta
A idéia, bah! de um lobo bem malvado*
Que ali rondava à espera desta Infanta...


09/11/2006

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*Nota da editora

Relembrando um outro soneto em que Alma fala desse lobo:



De Lobos e guris (de Alma Welt)

(n° 196 dos Sonetos Pampianos)


Minha mãe dizia haver um lobo
No bosque aqui perto e emboscado
E que eu deveria ter cuidado
E nem sequer ir ali com o meu Rôdo,

Pois meu irmão, guri bem destemido,
Não seria páreo pro vilão
E que depois de assado e comido
Eu seria a sobremesa alí à mão.

Mas a curiosidade era mais forte
E eu entrava com ele ou sozinha
Embora jogássemos com a sorte

Pois a verdade era que eu creía
Haver o lobo que comia criancinha,
E até hoje ainda creio: o lobo havia.

13/01/2007

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