segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Expedição ao Cerro (de Alma Welt)

Bem cedinho partimos pro Jarau
Com nossas mochilas e cajados.
Chegamos, não mais jovens e corados,
Tendo atravessado o rio a vau.

Perdi nessa jornada um meu amigo,
Outros tiveram medo e desistiram.
Os amores que, valentes, persistiram,
Surpreendentemente estão comigo.

Os que restamos com fé e sem cobiça,
Mantendo a esperança como antes,
Chegaremos à sala dos diamantes

Onde a Salamandra se espreguiça
Do sono milenar enquanto espera
Vencermos em nós mesmos nossa fera...

(sem data)

Nota
Como muitos da Alma, soneto nitidamente simbolista. O mito gaúcho da Salamanca (ou Salamandra) do Cerro do Jarau, eternizado por Simões Lopes Neto, foi aqui abordado como metáfora da jornada da vida. O rio atravessado a vau certamente deriva de Heráclito... (Lucia Welt)

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