sábado, 1 de março de 2008

À deriva (de Alma Welt)

Altas horas, silêncios rumorosos
De grilos, de sapos e os estalos
Do casarão com seus nichos tenebrosos
Por onde o Tempo escorre pelos ralos.

A casa arfa, suspira, sofre e geme
Com o peso de sua circunstância.
Como um barco náufrago, sem leme,
Que já não disfarça a sua ânsia,

A ausência do piloto é um mistério...
A poetisa, o jogador e a cosinheira
E um contra-mestre com nome de gaudério

Somos pois os tripulantes que vagamos
Dentro de uma nave sem esteira,
Não sabemos mais quem somos e onde vamos.

15/01/2007

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