segunda-feira, 8 de junho de 2009

A abantesma (de Alma Welt)

No riacho que produz minha cascata
Costumo vadear erguendo a saia,
Ou “vadiar”, diz Matilde caricata
A frisar minha brancura que desmaia.

Ou então, ela diz, "faz desmaiar",
Pois pudica que é, quer alertar-me
Ou prevenir que o povo vai acreditar
Qu’é d’uma abantesma este meu charme.

Mas estou mais inclinada ao nu total
E há muito que com Rodo ou sozinha
Sou eu a alva ninfa em meu quintal.

E o povo a lenda ama e perpetua:
“Visagem” sou da branca patroinha,
Que muito hei de vagar à luz da lua...

08/06/2005

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