segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Visão (de Alma Welt)

Ser a musa eternizada do meu pampa!
Cantar, celebrar e endoidecer
De tanto amar até saltar a tampa
Do coração e da mente, e então morrer!

Nua, estranhamente, sobre a mesa
Estendida me vejo, uma manhã:
Um desfile silencioso me corteja
De peões, peonas e algum fã.

Mas olho o meu corpo de alabastro,
Absurdo e belo ali, e não à toa
Eu noto algo nele que destoa:

Sobre a alvura do pescoço bailarino
Uma faixa vermelha como um rastro
Da corda que selou o meu destino...

03/01/2007

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

Lúcia, os sentimentos, algumas vezes em desalinho (assim como acontece com todos nós) lhe abriam portas para perigosas dimensões... Em seu poema, Alma se coloca estendida em meio ao caos. É curioso como ela falava através da poesia... Beijos. Voltarei.