domingo, 17 de fevereiro de 2008

De laços e espectros (de Alma Welt)

Um espectro percorrendo o casarão
Despertou-me de um sonho agitado.
Eu sei que é o Valentim, o enforcado
Que volta a assombrar nesta estação.

E vou ao seu encontro, temerosa
Mas tentando controlar-me, bem durona,
Pois preciso convencê-lo c'uma prosa
A voltar para a sombra, a sua zona.

Mas, bah!, eu sei que sou suspeita,
Sou a neta predileta, na verdade,
Do homem que lhe fez maior desfeita

Ao cobrar-lhe a dívida fatal
Fazendo-o perder a propriedade
E ajeitando-lhe um laço cervical.

08/10/2006

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