segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Às águas do meu poço (de Alma Welt)


Ofélia ou A morte de Alma Welt- óleo s/tela de Guilherme de Faria, 100x140cm, coleção Fernando Carrieri, SP, Brasil


Ele me espera, eu sei que morrerei
Sob a face do meu lago, tão serena.
Aqui eu fui feliz como nem sei,
Aqui eu mergulhei desde pequena.

Sou a Yara nua do meu poço:
Aqui fui cobiçada em minha pureza
Fui ali tomada com rudeza,
E continuo pura, sem esforço.

Nada tive que cobrar da natureza,
Nada tenho a reclamar do meu destino...
Sou Alma, a poetisa, e sou a mesma

Guria branca de gênio sonhador
Cuja vida haverá de ser um hino
À beleza, à liberdade e ao amor!

01/01/2007

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

Olá querida Lúcia, finalmente vim para conhecer o novo blog de Alma, bem ao estilo fantástico, que não nego, é o meu preferido! Até o layout de fundo escuro ficou lindo. Neste poema, em especial, Alma se coloca como se pertencesse a outro mundo, onde não houvesse empecilhos para os sentimentos. No entanto, ao mesmo tempo em que escrevia o poema, ela sabia que os tais "empecilhos" eram necessários para a lapidação da alma humana... Beijos.